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Contracepção feminina


Dr. Fernando Mesquita

A contracepção existe há milhares de anos. No dia da Mulher, fomos falar com dois especialistas que nos explicaram melhor os meandros da contracepção feminina. Gregos e egípcios foram os pioneiros a controlar a natalidade com métodos como o coito interrompido ou o cálculo dos picos de fertilidade da mulher, durante o seu ciclo. No entanto foi com a chegada da contracepção hormonal feminina que as mulheres deixaram de estar “dependentes da colaboração ou consentimento do parceiro, em relação ao controlo da natalidade”, explica-nos o sexólogo Dr. Fernando Mesquita.


Apesar do preservativo ter permitido a muitos casais iniciar um planeamento familiar, foi só em 1960 que a pílula representou uma verdadeira liberdade ( a vários níveis) para as mulheres. A contracepção hormonal feminina permitiu que as mulheres usufruíssem da sua sexualidade doutra forma, planear sozinhas quando é que querem ter filhos e consequentemente entrar no mercado de trabalho em (suposta) igualdade com os homens.



"Desta forma, a intimidade tornou-se mais democrática e igualitária, onde os parceiros se podem entregar mutuamente sem que existam este tipo de preocupações, como pano de fundo”, acrescentou o psicólogo clínico e sexólogo.



O uso da contracepção em jovens e mulheres maduras


Hoje em dia, estima-se que 70% das adolescentes portuguesas tenham educação sexual, verificando-se que este grupo de mulheres valoriza “mais a importância do uso do preservativo em associação com outros métodos contraceptivos (dupla protecção)”, garantiu a ginecologista, Dr.ª Filomena Sousa.


Também o facto de as jovens terem uma relação mais próxima com a Internet, do que as mulheres maduras , explica porque é que também as adolescentes portuguesas apresentam comportamentos mais responsáveis no que diz respeito à contracepção feminina.


Aproximadamente, 60% das mulheres com mais de 30 anos usa algum método contraceptivo”, afirmou o Dr. Fernando Mesquita.


Mitos, escolhas e tendências


Com a evolução da medicina a contracepção feminina passou a poder ser utilizada para muito mais do que apenas controlo da natalidade. Nos dias de hoje é frequente mulheres recorrem a métodos de contracepção -sobretudo os hormonais- para por exemplo diminuírem para metade o risco de uma doença inflamatória pélvica, evitarem o risco de desenvolvimento de quistos nos ovários, reduzirem o fluxo menstrual ou aliviarem a dor associada à menstruação. “Algumas pílulas são usadas para tratamento de problemas hormonais, melhorando acne e hirsutismo”, explicou a ginecologista, Dr.ª Filomena Sousa.


No entanto, devemos ter em conta que vivemos numa sociedade multi-cultural e que, para além dos casais cristãos que recusam a utilização de qualquer meio de contracepção, existem também pessoas cuja cultura valoriza a fertilidade, pelo que a contracepção não representa uma opção. Mas crenças religiosas à parte, algumas mulheres escolhem não adoptar nenhum método de contracepção simplesmente por não querem aumentar de peso, ou ainda porque acreditam que a contracepção pode levar a problemas de infertilidade ou doenças cancerígenas, suportadas por relatos de familiares ou amigas.


Cada vez se reconhecem mais vantagens da contracepção de longa duração, como os dispositivos intra-uterinos e os implantes subcutâneos, pela maior eficácia e menor risco para a saúde das mulheres. A utilização de dispositivos intra-uterinos em mulheres sem filhos tem vindo a ser desmistificada”, disse ao nosso site a Dr.ª Filomena Sousa, ginecologista da Maternidade Alfredo da Costa.


Importa ainda referir que a maior parte dos métodos contraceptivos, como o coito interrompido, o diafragma, o DIU, a pílula, a laqueação de trompas e a vasectomia não tem qualquer efeito contra as DST (doenças sexualmente transmissíveis). Nunca será demasiado frisar que é importante que as mulheres recorram a uma protecção dupla, nomeadamente, utilizando os métodos referidos, que permitem que não ocorra um gravidez não desejada, mais a utilização do preservativo masculino e feminino que protegem contra a transmissão de doenças.




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